Times tradicionais do interior do estado disputam a quarta divisão.
A segunda divisão do futebol paulista, que, de fato, é a quarta divisão, o fundo do poço da bola, ganha reforço em 2019.
Clubes pra lá de tradicionais no estado vão se incorporar a outros de tanta história, mas que no presente se encontram desestruturados, desestimulados e despreparados para reviver dias de glória.
Rio Branco, Marília, Barbarense, Matonense e Mogi Mirim naufragaram na A3 e podem se considerar companheiros e solidários a América de Rio Preto, Sãocarlense, XV de Jaú, Francana, Comercial, São José, Paulista e Taquaritinga.
Como a competição de 2018 ainda não começou, claro, um dos amigos pode quebrar a corrente e deixar o grupo. Certamente não irá olhar para trás.
CAMPEÃO NACIONAL
Campeão da Copa do Brasil em 2005, sob o comando de Vagner Mancini, o Paulista amarga uma decadência que se iniciou nove anos depois da maior conquista de sua história.
Foi quando disputou a Série A1 pela última vez. Vice-campeão estadual em 2004, o Galo do Japi tem ainda um título da Série-C do Brasileiro, uma Copa São Paulo e duas conquistas de A2.
O goleiro Victor, ídolo da torcida atleticana, foi revelado pelo Paulista, onde atuou por seis temporadas.
Setenta quilômetros adiante pelo sistema Anhanguera-Bandeirantes chegamos a Americana.
A cidade do Tigre perdeu o encantamento pelo futebol dos bons tempos em 2010, quando o Rio Branco ainda participava da primeira divisão. De lá para cá, descensos alternados até chegar à quarta divisão.
Entre 91 e 2007 foram 17 anos consecutivos na vitrine do futebol paulista. Do Décio Vitta saíram estrelas que brilharam no Brasil e no exterior: Flávio Conceição, Marcos Assumpção, Marcos Senna, Macedo, Marcelinho Paraíba, Sandro Hiroshi, Romarinho, Thiago Ribeiro.
DO PENTACAMPEÃO À QUARTA DIVISÃO
Outro gigante do interior que adormeceu foi o Mogi Mirim. Da empolgação com o campeão mundial Rivaldo, que, além de jogador, presidiu o clube até meados de 2015, à decadência completa, com críticas ao, até então, ídolo eterno.
Rivaldo fez parte do Carrossel Caipira, o time de 1992, comandado por Oswaldo Alvarez, o Vadão, e que encheu os olhos de torcedores Brasil afora. Além do camisa 10 ainda despontaram Valber e Leto.
A equipe é lembrada até hoje como uma das mais fortes de todos os tempos em um time do interior do estado.
Na série A1 o Sapão soma 29 participações. A partir do ano que vem terá que, praticamente, começar do zero e reescrever sua história.
Mesmo sem conquistas na Série A-1 o Marília sempre teve participações marcantes na competição. O time conseguiu o acesso em 1974 e ficou até 85 disputando consecutivamente com as maiores forças do estado.
Está longe desde 2015, quando começou a trilhar o caminho da segundona. Como prova de sua tradição, o MAC conquistou a copinha em 79, tendo como estrela um atacante chamado Jorginho.
Depois, com o sobrenome Putinati já incorporado, ele foi uma espécie de estrela solitária em um Palmeiras que já se incomodava com a ausência de títulos. Defendeu também o Corinthians, Fluminense, Grêmio e Santos.
Outro conhecido do torcedor brasileiro revelado pelo Marília foi o atacante Guilherme, hoje treinador, mas que brilhou com a camisa do São Paulo nos anos 90. Participou das conquistas da Libertadores e do Mundial de 93 com o Tricolor.
Dos outros recém chegados à quarta divisão, o União Barbarense enfrenta problemas há anos. Disputou a A-1 pela última vez em 2013.
Mas entre 99 e 2005 não falhou um ano na principal disputa do estado. Pelo Leão da 13 já passaram jogadores como Bruno César, Oscar ,que está no futebol chinês, assim como Diego Tardelli, e até Wilson Gotardo.
Já a Matonense está longe desde 2002. O time de Matão ganhou notoriedade nos anos 90, quando conseguiu acessos em anos seguidos até chegar à primeira divisão em 97.
Disputou cinco estaduais seguidos, mas não se firmou. Passou por reestruturações e tentativas de recuperar a própria história.
O DIABO
Na quarta divisão desde 2014, o América ostenta, sem dúvida, o histórico mais recheado de feitos e conquistas.
Na elite levantou a taça dos invictos em duas oportunidades: em 73, quando permaneceu 17 jogos sem perder e em 99 (31 partidas).
Em outras duas participações fez o artilheiro do Paulistão. Luiz Fernando Gaúcho balançou as redes em 27 oportunidades em 1979. E Finazzi, 17 gols no Paulista de 2005.
Sem contar os 31 anos seguidos que o clube ficou na elite (entre 63 e 97).
TRADIÇÃO
XV de Jaú: o Galo da Comarca participou de 26 edições da divisão principal. Porém está na segundona desde 2012.
Jogadores consagrados com Sormani, Dino Sani, Marolla, Wilson Mano, Alfinete, Sony Anderson, Edmilson, França, Sangaletti, Walter (goleiro do Corinthians), Afonsinho (meia do Botafogo).
Comercial: chegou à segunda divisão em 2017. Deixou para trás a rivalidade com o Botafogo, que se mantém na A-1, para reencontrar o caminho da volta.
O Bafo disputou a Série A nacional nos anos de 78 e 79. Pelo Comercial passaram jogadores como Paulo Bin, Leão, Mauricinho, Diego, Eder Luis, Fabão e Alex Muralha.
Francana: a Veterana brilhou na primeira divisão disputando o torneio de forma consecutiva entre fim dos anos 70 e início dos anos 80. Geninho, hoje treinador, foi goleiro do clube no começo desta era de sucesso.
São José: vice-campeão paulista 1989, quando tinha o zagueiro Juninho e o jovem Donizete (Pantera) no ataque, a Águia do Vale está na última divisão desde 2016.
Taquaritinga: disputou a A-1 nos anos de 83, 84 e 93. Retomou atividades em 2017 reiniciando pela segunda divisão.
Sãocarlense: hoje Grêmio Desportivo Saocarlense (antes Grêmio Esportivo), disputou três edições da primeira divisão em sequência nos anos 1991, 92 e 93, quando chegou também à Serie B do Brasileiro.
Defenderam o Grêmio os atletas Paulinho Mclaren, Benazzi, Silvio Luiz, Giovani (Messias) e o lateral Albéris.
Confira abaixo a íntegra da reportagem sobre os clubes do interior:
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